Você ama a durabilidade e o tração integral da SUBARU, mas já ouviu histórias de terror sobre juntas de cabeçote explodindo? Esse pesadelo afetou gerações específicas, custando milhares em reparos. Vamos destrinchar os anos ruins, sinais e soluções para você não cair na armadilha.

Os Motores EJ25 E Sucessores: O Calcanhar De Aquiles Da SUBARU
A reputação de confiabilidade da SUBARU é lendária, mas entre os anos 1990 e 2010, os motores 2.5 litros da família EJ se tornaram sinônimo de dor de cabeça. Tudo começou com o EJ25 de 1996, considerado um dos propulsores mais problemáticos da história automotiva. Esse motor boxer, famoso pelo ronco único e performance off-road, sofria de falhas internas na junta de cabeçote, permitindo que o fluido de arrefecimento vazasse para as câmaras de combustão.
Os primeiros afetados foram os modelos de 1996 a 1999: SUBARU Outback, Legacy GT e LSi, além do Forester e Impreza de 1998. A junta de um só camada, feita de material compósito, não aguentava a pressão e temperaturas extremas do boxer horizontal. Subaru reagiu rápido em 1997 com a introdução da junta multilayer steel (MLS), mais robusta, mas o dano já estava feito para muitos proprietários.
O problema não parou aí. Evoluiu para os EJ251, EJ252 e EJ253, versões SOHC (single overhead camshaft) naturalmente aspiradas. Aqui, as falhas eram externas, entre o bloco e as cabeçotes, causando mistura de óleo e coolant. Essa contaminação é devastadora: o óleo perde lubrificação, acelerando o desgaste de pistões, anéis e mancais. Os modelos atingidos incluem:
- SUBARU Legacy (2000–2009)
- SUBARU Baja (2003–2006)
- SUBARU Forester (1999–2010)
- SUBARU Outback (2000–2009)
- SUBARU Impreza (1999–2011)
Esses motores aspirados eram os mais vulneráveis – turbo como o EJ20 ou EJ255 raramente falhavam. As quebras tipicamente ocorriam entre 120.000 e 150.000 km, mas uso severo (off-road, reboque ou manutenção ruim) acelerava o processo. Se você está de olho em um usado desses anos, verifique o histórico de quilometragem e reparos no motor.
Curiosamente, enquanto isso acontecia, marcas rivais como NISSAN mantinham recalls mínimos graças a controles fabris rigorosos. Na SUBARU, o boxer único exigia engenharia específica, e a transição para MLS resolveu boa parte dos issues após 2010.
Sinais De Alerta: Como Identificar Uma Junta De Cabeçote Falhando Antes Do Desastre
Não espere o motor fundir na estrada. Os sintomas são claros e progressivos, permitindo intervenção precoce. O mais óbvio é o superaquecimento: a agulha da temperatura sobe sem motivo, mesmo em tráfego leve. Isso ocorre porque a junta rachada deixa coolant escapar, comprometendo o sistema de arrefecimento.
Olhe para debaixo do capô: vazamentos de óleo ou coolant ao redor da cabeçote e bloco são comuns. Gotas no chão? Alarme vermelho. Pior: mistura de fluidos. Verifique o óleo no reservatório – se estiver espumoso ou com cor leitosa (como milkshake), coolant invadiu. No coolant, bolhas ou óleo flutuando confirmam o problema.
Outros indícios incluem:
| Sinal | Por Quê Acontece | Ação Imediata |
|---|---|---|
| Exaustão com fumaça branca | Coolant queimando nas câmaras | Pare o carro e chame reboque |
| Perda de potência e falhas | Combustão irregular por vazamento | Diagnóstico com scanner OBD-II |
| Cheiro doce no escapamento | Coolant evaporando | Cheque níveis de fluidos diariamente |
| Bolha no radiador ou reservatório | Gases de combustão invadindo | Teste de compressão urgente |
Esses sinais lembram outros problemas de motor, como fumaça azulada por excesso de óleo, mas na SUBARU apontam direto para a junta. Um mecânico especializado pode confirmar com teste de hidrocarbonetos no coolant ou medição de compressão.
Custo médio de reparo? De R$ 6.000 a R$ 15.000 no Brasil (US$ 1.200–2.500 nos EUA), dependendo do modelo e danos colaterais. Ignorar pode destruir o motor inteiro, virando sucata.
Soluções Definitivas: Prevenção E Upgrades Para Seu SUBARU Antigo
Boa notícia: a SUBARU corrigiu isso há mais de uma década. Modelos pós-2012 com EJ25 melhorados ou FA/FB series são bem mais confiáveis. Para clássicos afetados, troque a junta por MLS OEM ou aftermarket de qualidade (como Cometic ou Fel-Pro). Reforce com cabeçotes usinados, parafusos ARP e thermostat de 180°F.
Manutenção previne 80% dos casos: use coolant de alta performance (como Subaru Super Coolant), troque a cada 50.000 km, monitore temperatura e evite superaquecimentos. Blocos naturalmente aspirados beneficiam-se de cabeçotes O-ringed para selagem extra.
Se você tem um Forester ou Outback desses anos, considere mitos sobre velas de ignição – elas influenciam combustão, mas juntas ruins são o vilão real. Para performance, adicione um irídio ou platina nas velas, reduzindo hotspots.
Comprando usado? Priorize inspeção completa. Fóruns como SubaruForester.org e NASIOC relatam que com upgrades, esses Subarus duram 300.000+ km sem drama. Hoje, rivais como Volkswagen Jetta GLI brilham em performance, mas nada bate o AWD da SUBARU em neve ou trilha.
Em resumo, evite os anos listados ou invista em prevenção. Seu SUBARU merece longevidade – e sua conta bancária também.
