Com 1.100 CV e 1.200 Nm de torque, o MTM RS6 Pangaea GT supera o Veyron. Veja os detalhes desta máquina V8 biturbo.

É um fato no mundo automotivo que a Audi RS6 Avant, mesmo em sua versão de fábrica, é a personificação do carro familiar que pode envergonhar muitos esportivos. No entanto, para a renomada preparadora alemã MTM, o patamar de “super perua” era insuficiente. Eles decidiram criar o hyper estate definitivo: o MTM RS6 Pangaea GT, uma máquina de performance limitada a apenas 25 unidades que carrega mais potência do que o icônico Bugatti Veyron original.
O V8 Biturbo Transformado: 1.100 CV de Pura Audácia Alemã
A essência do Pangaea GT não está apenas em sua aparência intimidadora, mas no que a MTM conseguiu extrair do motor V8 biturbo de 4.0 litros da Audi. A engenharia alemã elevou a potência padrão (cerca de 621 cv nas versões mais recentes) a um nível estratosférico, garantindo à station wagon números que a colocam no panteão dos hipercarros.
| Métrica de Desempenho | MTM RS6 Pangaea GT | Audi RS6 Padrão (Referência) |
|---|---|---|
| Potência | 1.100 cv | 621 cv |
| Torque | 1.200 Nm (885 lb-ft) | 627 lb-ft |
| Aceleração (0-100 km/h) | 2,6 segundos | Cerca de 3,4 segundos |
| Velocidade Máxima | Acima de 350 km/h (217 mph) | Limitada eletronicamente (aprox. 280 km/h) |
Alcançar 1.100 cavalos exige muito mais do que apenas um remapeamento de software. A MTM precisou modificar amplamente o sistema de indução, os turbocompressores, o sistema de exaustão e o gerenciamento térmico do V8. Este nível de complexidade e engenharia robusta é o que distingue o trabalho de preparadoras de elite. Enquanto muitos discutem os mitos e verdades sobre o consumo e confiabilidade dos V8 modernos, a MTM prova que, com o investimento certo, a performance pura de oito cilindros ainda prevalece.
O tempo de aceleração de 0 a 100 km/h em meros 2,6 segundos coloca o Pangaea GT lado a lado com veículos como o Porsche 918 Spyder e o McLaren P1, superando facilmente a maioria dos superesportivos do mercado. Para ter uma ideia da ferocidade dessa aceleração, basta comparar com o que se espera de um monstro como o Novo Porsche 911 Turbo S 2026, que luta na mesma faixa de aceleração.

Design DTM e a Exclusividade Extrema
Para corresponder à potência brutal, o visual do Pangaea GT precisava ser igualmente dramático. A MTM não poupou esforços, desenvolvendo um kit widebody (carroceria larga) completo e feito inteiramente de fibra de carbono.
Esta transformação estética eleva o RS6 de um “business express” discreto para um verdadeiro “terror de track-day”, com referências claras aos carros de turismo da DTM (Deutsche Tourenwagen Masters). O kit inclui:
- Para-lamas significativamente alargados.
- Painéis laterais e saias estendidas em carbono aparente.
- Uma nova fáscia dianteira agressiva e grade customizada.
- Um teto customizado com uma elegante entrada de ar (“scoop”).
- Rodas forjadas de 22 polegadas com sistema de trava central (center-lock), tipicamente reservado para carros de corrida e alguns hipercarros.
O carro número 00/25, revelado pela MTM, veste uma tonalidade sinistra de verde fosco escuro, enfatizando o caráter militar e exclusivo do projeto. A obsessão por carrocerias radicais, como a que vimos em projetos como o Toyota Land Cruiser da Liberty Walk, encontra aqui uma aplicação funcional, onde a aerodinâmica e o aumento da bitola são cruciais para gerenciar os 1.200 Nm de torque.

O Interior Focado na Pista, para Quatro Ocupantes
Se o exterior grita performance, o interior confirma o propósito do Pangaea GT. A MTM eliminou qualquer vestígio do caráter “familiar” do RS6 padrão, substituindo os assentos por bancos concha de fibra de carbono.
O mais chocante é que esses assentos concha foram instalados não apenas para o motorista e passageiro, mas também para os dois ocupantes da segunda fileira. Isso garante que todos os quatro passageiros permaneçam firmes e seguros durante acelerações laterais extremas, transformando a experiência de dirigir — ou ser passageiro — em algo puramente de automobilismo.
O revestimento é uma obra de arte em couro personalizado e Alcantara, com costuras de contraste que percorrem cada superfície da cabine. É um equilíbrio bizarro, mas funcional, entre o luxo personalizado da Audi e a brutalidade espartana de um carro de corrida.

Posicionamento de Mercado e o Custo da Exclusividade
O MTM RS6 Pangaea GT não é apenas um carro, é um item de colecionador. Com a produção estritamente limitada a apenas 25 unidades globais, a exclusividade é seu maior ativo, elevando-o muito acima de outros projetos de tuning.
Este posicionamento como um “hyper estate” ultra-raro implica um preço que, embora não divulgado oficialmente, é estimado como substancialmente elevado, talvez o equivalente a “alguns RS6 de fábrica combinados”. No mundo dos carros ultra-limitados, como a Nio que lançou um modelo para apenas 555 pessoas, o preço é secundário à raridade.
A MTM não está apenas vendendo potência; está vendendo a oportunidade de possuir o RS6 mais rápido, mais agressivo e mais exclusivo já criado. Enquanto outras preparadoras, como a Manhart, brigam no território dos 900 cv com modelos como o Monstro da Manhart que Ultrapassa 900 CV, a MTM estabelece um novo padrão com o Pangaea GT, provando que a perua alemã ainda tem muito a oferecer para aqueles dispostos a pagar o preço pela performance sem limites.














